TDAH... texto retirado de obra espírita
TDAH... texto retirado de obra espírita
Fonte de pesquisa do livro Minha vida pelo seu perdão, pelo espírito Irmã Vitória psicografado pela irmã e médium Berenice Germano, Editora Viva Luz, capítulo 42 Necessidades Evolutivas página 326.
TDAH, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. É um transtorno psiquiátrico que se caracteriza por grande inquietação, hiperatividade, comportamento impulsivo e dificuldade de atenção. De diagnóstico complexo, o TDAH precisa ser tratado com base em três vertentes: medicação, psicoterapia e orientação aos pais. O remédio atenuará os sintomas, a terapia ajudará a criança a recuperar a autoestima e a segurança, e a orientação fará que toda a família aprenda a lidar com o portador.
A psicóloga se interrompeu por segundos, como para que sua explicação fosse assimilada, e continuou:
-... Glória, é muito comum os pais chegarem ao psiquiatra depois de terem vivido uma história de peregrinação, insucessos e confusões de diagnósticos. Geralmente crianças como o Marcos são tidas como alunos problemáticos, donos da antipatia de professores e rejeitados pelos colegas. Em casa, o relacionamento como os pais quase sempre se limita a repreensões. Por isso os portadores de TDAH começam a se sentir desmoralizados e desenvolvem uma autoimagem negativa: acreditam-se incompreendidos por todos. Eles acabam sendo punidos por atitudes que não tem como controlar. Os problemas tendem a piorar na adolescência, redundando em depressão, abuso de álcool e drogas, além de envolvimento em atos agressivos e delinquências.
Célia abriu o relatório, mostrando os testes.
- Marcos tem falhas de raciocínio, principalmente quando se trata de raciocínios lógicos e abstratos como os da matemática. A escola que frequentava visa a formação de futuros doutores e não é adequada para alunos com tais problemas. Ele precisa de uma escola menos exigente, com alunos que tenham o mesmo nível que ele.
- Meu filho está na mesma escola desde a pré-escola, e sempre teve problemas. Diziam que era lento, distraído e indisciplinado, e que era imprescindível haver maior empenho dele e, de nossa parte, mais disciplina para com ele. Nunca se levantou qualquer possibilidade de seus problemas serem físicos. Ele teve uma repetência no primeiro ano e esta é a terceira vez que repete a quinta série.
- É como lhe expliquei: o TDAH é uma síndrome de difícil diagnóstico. O mais relevante é diagnosticar precocemente a síndrome, cujas recuperações ocasionam consequências negativas na vida das crianças e de suas famílias. Entretanto, é o psiquiatra que pode fazer uma avaliação precisa.
Célia seguia mostrando os testes.
- Se vocês não o mudarem de escola, ele não conseguirá passar para a sexta. Marcos está com a autoestima muito baixa. Glória, eu sei que você e João têm feito muito por ele, sempre quiseram que os três frequentassem uma das melhores escolas da cidade. Sua filha Míriam foi desde o início uma aluna brilhante, elogiada na escola e em casa. O Carlinhos parece seguir a mesma linha de comportamento, tendo o pai como ídolo,. E o pobre do Marcos não tem desempenho igual; ainda que se esforce muito, ele é diferente: sempre traz preocupações, nunca vocês ficam orgulhosos de suas realizações, já que não as tem.
Depois de mais uma curta pausa. Célia deu sequência a análise:
- Glória seu filho se sente deslocado em casa, no prédio e na escola. Todos lhe cobram o que não pode realizar. Sem autoestima, sem perspectiva, o caminho é a fuga. Não assistir às aulas é fugir dos problemas que é incapaz de resolver. Conviver com os piores alunos é procurar iguais a ele. Os amigos da praia, como ele chama, falam a mesma linguagem, e a droga consegue a princípio dar certo alívio à tensão.
Glória deixou as lágrimas descerem pela face. A psicóloga prosseguiu:
- Minha amiga, Marcos ainda não está viciado; apenas experimentou, o que representa um perigo. Em nossas conversas sinceras percebi que não existe intenção de voltar a conviver com os “amigos da praia”. O fato de estar morando com o avô o tem ajudado, melhorou muito a sua autoestima. E todo o tratamento que será feito o ajudará a controlar a doença.
Novo intervalo breve se fez , então a psicóloga acrescentou:
- Seu pai o tem acompanhado a todas as sessões. Por ser uma pessoa simples e amorosa, consegue falar a mesma linguagem de seu filho. Na sua casa, Glória, vocês tem um ambiente intelectualizado, na maneira de ver de Marcos. Por ter grande dificuldade de acompanhá-los, sente-se inferiorizado, diferente dos irmãos. Sei que vocês não fazem distinção e o amam muito, porém é assim que ele se sente por seu orgulho ferido. Acabou se isolando, com vergonha de si próprio e inveja por não ter inteligência igual à dos irmãos e menos ainda do pai, que é visto por todos com admiração e respeito.
Glória enxugou as lágrimas que caiam abundantes.
- O que queremos é o melhor para nosso filho. Nós o mantínhamos naquela escola porque não queríamos que se senbtisse inferior aos irmãos. Pensamos muitas vezes em tira-lo de lá, e desistíamos porque nos doía o coração, como se estivéssemos fazendo diferença entre eles. Nunca tomamos atitudes que o humilhassem, sempre que lhe chamávamos a atenção não era na frente dos irmãos, nunca fizemos nenhuma comparação entre seu má atuação e o desempenho brilhante deles. Não podíamos ofuscar o brilho da Miriam, que é como um sol; não podíamos pedir que os professores e amigos deixassem de elogiá-la, quase perfeita que é em tudo o que faz. É uma irmã amiga e amorosa, sempre disposta a apoia-lo. Tanto ela como Carlinhos o adoram e são capazes de fazer qualquer sacrifício por ele. Sentem falta, telefonam todos os dias para a casa de meu pai pra saber do irmão e sempre que podem vão até lá para vê-lo. João também telefona todos os dias, apesar do modo grosseiro com que Marcos o trata.
(...) Minha amiga, com um bom tratamento físico e psicológico seu filho poderá ter uma significativa melhora. Vocês poderão não ter em casa mais um doutor, e sim um bom motorista de taxi como o avô, capaz de constituir uma família e cuidar dela como fez o senhor Manuel. O fundamental é conhecer as limitações de seu filho e com muito amor poder ajudá-lo. Ele vai aprender a controlar sua agressividade, seu temperamento ciumento;e, melhorando a autoestima, poderá desenvolver suas habilidades. Agora, enxugue essas lágrimas; logo ele estará ai e espero que tenha seu melhor sorriso para recebê-lo.